quarta-feira, setembro 19, 2012

A criação histórica do Lazer

Um dos pilares da campanha do professor Allan, candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), está centrado nas questões referentes às políticas públicas que facilitam as prática do lazer na cidade de Cuiabá.

Mas, por que se preocupar com lazer das pessoas? Para responder essa questão é necessário que se faça uma retomada histórica sobre a prática do lazer na sociedade:
Antigamente, nas civilizações Greco-Romanas, Tribais e Feudais o lazer não era separado do trabalho. Na verdade, as atividades de trabalho misturavam-se com os jogos, os rituais, as festas e as competições esportivas.

Séculos mais tarde, já na Sociedade Industrial, ocorre a separação entre tempo de trabalho e tempo de não trabalho. A vida privada (casa, família, estudo, tempo livre, diversão) perde espaço para o tempo dedicado ao trabalho. E assim o capitalismo industrial se consolida, explorando a mão de obra de homens, mulheres e até crianças, que, na época, trabalhavam mais de 12 horas por dia. Ok, mas e daí? E daí que foi nessa mesma época que os trabalhadores começaram a se organizar para reivindicar melhores condições de vida e trabalho. Dentre as reivindicações estava a redução da jornada com o objetivo de, adivinha, ter mais tempo para a vida privada. Isso significa que o movimento social dos trabalhadores sempre se preocupou com o lazer.

Mas, efetivamente, o que é o lazer? Para o frânces Joffre Dumazedier, sociólogo que estuda a questão, o lazer é “o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda, para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”

O interesse pelo tema vem crescendo no Brasil desde a década de 1970 e está associado às atividades culturais, esportivas e de recreação. A necessidade de se pensar em políticas públicas nessa área se justifica nesse ponto. A sociedade constrói seus costumes, sua cultura, sua identidade, principalmente, nos momentos de lazer, como afirma o filósofo russo Alexandre Koyré: “Não é do trabalho que nasce a civilização: ela nasce do tempo livre e do jogo.” 

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